Falando sobre Tiny homes ou casas muito pequenas para morar ou passear
O sonho de carregar a casa nas costas, ou morar em rodas, já vem de longos anos. Lembro de parentes que tinham trailers e vizinhos que passavam férias em motorhomes, lá pela década de 80. Muitos deixaram esses hábitos pela insegurança de locais de pouso, aliados ao custo de manutenção.
Mas os hábitos voltam e algumas pessoas começam a questionar a cultura da acumulação e o velho querer casas menores, moveis ou não, volta a aparecer. Herança de antepassados nômades, quem sabe...
Em conversas com colegas sobre o tema, já ante visando uma comunidade onde possamos envelhecer juntos, surgiu uma conversa interessante sobre as tiny Houses. Reproduzo abaixo a resposta do colega Oscar Muller sobre o assunto.
"As tinys começaram com o movimento menos é mais, mas nos EUA assumiram a plataforma (lá já muito popular) da casa sobre rodas em chassis, que habitualmente lá até são bem grandinhas.
A legislação incidente por lá é a mesma, daí que as dimensões máximas, número de eixos exigidos, etc., são as mesmas dos trailers, e aqui, nós copiamos o modelo, embora nossa legislação seja diferente. Por lá também são muito comuns os parques de estacionamento para estes trailers, que são pouco movimentados, e abrigam parcela significativa da população menos favorecida financeiramente.
Aqui, os fabricantes assumiram esta toada, apenas com aspecto diferente dos trailers convencionais, geralmente adotando um lay out estar/cozinha e banheiro em baixo, com uma cama superior com pé direito forçado por cima, mas se submetem à caracterização legal de fabricantes de trailers para turismo tradicionais.
Usam decoração e soluções internas mais parecidas com as de uma morada fixa, ou kitchinete, ao invés das peças e soluções já existentes e consagradas dos trailers, e assim este mercado se diz fabricante de tiny. Para todos os fins práticos, é só uma questão de marketing e nomenclatura adotada.
Na real, uma tiny, só é tiny porque pequena, uma mini-casa. Se sobre rodas, ou não, se leve, fixa, desmontável, permanente, autônoma ou não; se de metal, madeira ou tijolos, se feita a partir de um trailer, ônibus, container, reforma onde antes era uma edificação normal, ou do zero, na nomenclatura adotada por aqui, tanto faz.
Se for sobre rodas, as regras são as mesmas dos trailers turísticos tradicionais. Para usar/estacionar você precisa infra-estrutura de serviços (energia, água, esgotos) se a unidade não for autônoma (off-grid),e onde pode, ou não pode, depende de legislação local, à qual a opção óbvia dos campings também se submete.
Ou seja, como toda tendência sempre há gente lançando moda e pensando em como fazer o sonho acontecer. Para quem quer tentar, há que pensar sobre o conceito do minimalismo e do desapego. Entender se é algo que serve para férias ou um fim de semana, ou se pode realmente ser um modo de vida a abraçar.
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