Banheiros na China: um problema que o governo quer atacar
Acordo de manhã e faço algo quase automático. Vou ao banheiro. Ao dar descarga no vaso e usar a água que sai das torneiras para lavar o rosto e escovar os dentes, não lembro que este é um privilégio que 60% da população mundial não tem. Segundo dados da ONU cerca de 4,5 bilhões de pessoas não tem o luxo de ter um banheiro em boas condições para usufruto. Foi criado inclusive um Dia Mundial dos Banheiros, em 19 de novembro, para marcar o alerta sobre o tema.
Nem sempre lembramos disso. Nossas preocupações com banheiros são mais estéticas e nossos maiores problemas são com um maior ou menor tamanho dessas peças. Nos damos ao requinte de termos vários espaços sanitários em nossas casas. Mas e se não fosse assim? Lembro de minha mãe contando sobre as casinhas de sua infância, os locais que ficavam afastados das casas e onde as pessoas satisfaziam suas necessidades fisiológicas. Em muitos locais do planeta essa ainda é a realidade. Mesmo naquela que todas as previsões apontam como a provável maior economia do planeta daqui pouco tempo, a China, o problema não apenas existe como é em escala bem maior, devido à superpopulação e hábitos culturais.
Foi na postagem anterior, sobre os plugins para aumentos nos hutongs, as antigas construções em ruas bem estreitas, espalhadas pelas cidades chinesas, que um amigo definiu como infindáveis bifurcações, que ficamos pensando em como seriam os banheiros ali. E fui pesquisar um pouco mais a fundo. Na verdade essas casas não possuem banheiro privativo. Os habitantes usam banheiros públicos e li que não é incomum ver chineses com fisionomias de pressa atravessando as ruelas para alívio de suas necessidades.
O governo chinês está investindo cerca de US$ 3 bilhões para modernizar os banheiros públicos e acabar com um hábito que costuma chocar os turistas: usar as ruas como banheiro. Há até um aplicativo que mostra onde achar um banheiro público. E seria bem interessante até por aqui, onde não lembro de encontra-los em bom estado de uso, a não ser em aeroportos, rodoviárias e shoppings centers.
Os banheiros públicos chineses costumam ter o que muitos chamam de bacia turca. Um buraco no chão onde as pessoas se agacham com maior ou menor grau de facilidade. Abaixo temos uma instalação temporária em uma feira do livro em Yangzhuang, Cidade de Baofeng.
Uma série de banheiros públicos vem sendo criados na China com as mais estranhas formas. Um deles tem a forma de uma castelo, o Yangren Jie em Nanan em Chongqing, onde podemos ver esse conjunto de mictórios coloridos ao céu aberto.
Outros seguem as formas mais tradicionais do que se pensa como arquitetura chinesa. Fica em um resort de luxo, o Qingcheng em Chengdu, Sichuan.
Há muitos nessa estranha arquitetura que mimetiza formas conhecidas, como este em forma de câmera fotográfica, em Shiqiaopu Street em Chonqging. Fico imaginando a associação simbólica disso...
E já que falamos de banheiros públicos como hábito cultural da nação, imaginamos que a privacidade não seja um requisito tão fundamental. Existe até um totalmente em vidro, com uma vista exuberante para o entorno. Fica perto do lago Shiyan, na província de Hunan.
Pense nisso na próxima vez que usar o seu banheiro, com toda privacidade e conforto. E sinta-se privilegiado.
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Olá, Elenara! Estava pesquisando imagens da arquitetura chinesa e me deparei com o seu post. Realmente, esses banheiros públicos são diferenciados...kkkk Beijos pra você!
ResponderExcluirsão mesmo, uma outra concepção, diferente da nossa. Beijos!
ExcluirOs banheiros públicos onde se defeca de cócoras são os melhores pois limpam o estômago, o ocidente inteiro defeca errado. Retém fezes no intestino.
ExcluirNem todas às pessoas que tem um sob peso podem defecar de cócoras como vai se levantar sozinho???
ExcluirQuestão de cultura. Se habituar desde cedo, reforça a musculatura das pernas e corpo. É como os indigenas
ExcluirO ocidente inteiro defeca errado, o certo é defecar de cócoras como a maioria dos países asiáticos. Nós retemos fezes no intestino.
ResponderExcluirÉ como o parto que deveria ser de cócoras também. Mas como nossa cultura ocidental não nos acostuma com esta prática, não desenvolvemos a musculatura das pernas desde pequenos...mas seria um hábito interessante
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