Wabi Sabi - a beleza na imperfeição
Vemos senhores e senhoras tentando parecer décadas mais novos, cheios de botox e roupas juvenis. Nada contra a vida saudável e o se sentir jovem. Estou falando de conteúdo e não de aparência.
E como nossos espaços nos refletem, ou vice versa, vejo com bastante otimismo essa busca por espaços com mais busca de verdades e, por isso, gosto do conceito japonês do Wabi Sabi.
Wabi-sabi representa uma abrangente visão de mundo japonesa, uma visão estética centrada na aceitação da transitoriedade e imperfeição. Suas características estéticas incluem assimetria, aspereza (rugosidade ou irregularidade), a simplicidade, a economia, a austeridade, a modéstia, a intimidade e a valorização da integridade ingenua de objetos e processos naturais. Wikipédia
Além dos ambientes e prédios praticamente iguais que vivenciamos nesses últimos anos, temos a ideia de que tudo o que está velho ou mostra os sinais do tempo deve ser deletado. (Já ouvi esse termo para pessoas que morreram...fulano foi deletado...). Mas e a memória?
No pouco contato que tive com o patrimônio histórico em minha carreira profissional, me lembro do conceito de deixar marcada a intervenção. Não fazer pastiche com um prédio que tem história, ao contrário, deixar marcada as suas cicatrizes e o que lhe aconteceu.
E realçar essa passagem do tempo, marcando como uma joia, com um olhar de admiração e respeito pela transitoriedade da vida me parece muito sábio.
Me lembra o nosso conceito de sustentabilidade afetiva que traz a tona antigos objetos. Mas com o componente de uma visão diferenciada de entender que a imperfeição pode ser bela. E isso faz toda a diferença.
A essência do wabi sabi é que a beleza real, venha ela de um objeto, da arquitetura ou de uma arte visual, não se revela até que o caminhar do tempo tenha acontecido. Um metal enferrujado, por exemplo, tem uma essência que falta em um material novo e polido. A beleza está nos arranhões, nas áreas desgastadas e nas linhas imperfeitas. Fonte
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