Quando chega o frio
Quando chega o frio parece que a vida se renova. Explico: vivo em uma zona temperada de um país tropical. Antigamentente, muito antigamente, havia nessa terra tempos de quatro estações bem definidos.
Ao verão se seguia o outono. Ele estrava mansamente e nos dava tempo de fazer a transição entre o calor e a vida mais extra muros com a reclusão e o cair das folhas.
Outono sempre foi minha estação predileta. Mais que a primavera. Uma que, mesmo sendo uma criatura solar, não sou dos extremos. Meu caminho sempre foi o do meio. O equilíbrio.
E outono tem a vantagem de não ter ventos como a primavera. Pelo menos não tantos e tão fortes.
Não gosto de ventos. Prefiro a calmaria.
Longe de pensar que o outono é triste. Ele é como tempo da semeadura. Há que compreender que a terra precisa descanso. Assim como nós. O preparo para o inverno.
E as nossas casas, assim como nós, vão se travestindo de mantas, almofadas mais fofinhas, texturas mais aconchegantes. Nossa alma precisa de toques mais acolhedores. Voltamos um pouco mais para dentro.
Bons livros. Bons vinhos. Boas companhias. O frio, longe de nos fazer adormecer para a vida, nos acende fogueiras de busca de contatos. O frio nos abastece muitas vezes. Precisamos de comidas com mais substância. Precisamos de elementos mais marcantes.
Talvez isso explique o fascínio que os primeiros declínios da temperatura são recebidos. Com a secreta alegria dos velhos amigos que chegam. Mesmo que por pouco tempo.
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Ao verão se seguia o outono. Ele estrava mansamente e nos dava tempo de fazer a transição entre o calor e a vida mais extra muros com a reclusão e o cair das folhas.
Outono sempre foi minha estação predileta. Mais que a primavera. Uma que, mesmo sendo uma criatura solar, não sou dos extremos. Meu caminho sempre foi o do meio. O equilíbrio.
(...)Foi sempre meu desejo
ser aprendiz de Outono,ser pequeno irmãodo laboriosomecânico dos cumes,galopar pela terrarepartindoouro,o inútil ouro.
Não gosto de ventos. Prefiro a calmaria.
Mas, amanhã, Outono, ajudar-te-ei, farei com que os pobres das caminhos recebam em folhas de ouro. Outono, boa montada, galopemos, antes que o negro Inverno nos impeça.As cores do outono são especiais. Aqui no Rio Grande do Sul elas eram como postais. Amarelas, ocres, vermelhas...Verdes variados. Esmaecidos.
Longe de pensar que o outono é triste. Ele é como tempo da semeadura. Há que compreender que a terra precisa descanso. Assim como nós. O preparo para o inverno.
E as nossas casas, assim como nós, vão se travestindo de mantas, almofadas mais fofinhas, texturas mais aconchegantes. Nossa alma precisa de toques mais acolhedores. Voltamos um pouco mais para dentro.
Bons livros. Bons vinhos. Boas companhias. O frio, longe de nos fazer adormecer para a vida, nos acende fogueiras de busca de contatos. O frio nos abastece muitas vezes. Precisamos de comidas com mais substância. Precisamos de elementos mais marcantes.
É duro o nosso trabalho.Vamos amar a terra e ensiná-la a ser mãe, a guardar as sementes que no seu ventre vão dormir cuidadas por dois ginetes vermelhos que correm pelo mundo: o aprendiz do Outono e o Outono.
Talvez isso explique o fascínio que os primeiros declínios da temperatura são recebidos. Com a secreta alegria dos velhos amigos que chegam. Mesmo que por pouco tempo.
Assim das raízes escuras e ocultas poderão sair bailando a fragrância e o manto verde da Primavera.
Neruda, Pablo, Odes Elementares
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