Patrulhamento - não caia nessa
Acompanhando os inúmeros comentários em redes sociais, jornais e sites vejo que algumas pessoas concordam em um ponto, em meio ao mar de divergências que vivemos nos tempos atuais: A imensa intransigência que perpassa no comportamento de quem, em vez de argumentos, usa de paixões extremadas em forma de xingamentos e estranhamentos para com quem não pensa exatamente como eles. Dos comentários aos atos nas ruas vemos que essa rigidez revela um comportamento que eu chamaria de patrulhamento.
Estranhamento pelo diferente é algo normal. Diria que nosso condicionamento cultural nos leva a ter um olhar diferenciado sobre o que não é comum. Se esse olhar vai se transformar em repúdio ou fascinação e vontade de saber mais, vai depender do que?
Não sou psicóloga e nem estudiosa do comportamento humano para discorrer sobre teorias que nem cheguei a estudar. Mas....tenho alguma experiência de vida para notar que o estranhamento do adulto se difere um pouco do da criança. Talvez os primeiros sejam mais condicionados a rechaçar de cara do que os pequenos....
Não pense que isso aconteça apenas com preferências ideológicas ou clubistica. Ou mesmo de comportamento. Na estética isso se vê com frequência. O que é normal? O que é elegante? O que vai cair no agrado de todos?
A resposta? Nada!
Nada nunca vai agradar a todos. Ponto. E quando agrada uma chamada maioria nem sempre agrada a gente. Ou essa maioria nem sempre é maioria numérica, mas apenas aquelas pessoas que detém maior poder de comunicação. Por isso sempre falo aos clientes quando ficam temerosos em expor opiniões e querendo saber a minha opinião sobre o que é correto para suas casas....quem sabe o que lhe cai bem é você. Eu posso auxiliar em toques e maneiras de harmonizar o SEU gosto.
E sabem porque isso me chama cada vez mais a atenção? Porque vemos cada vez mais coisas e pessoas com cara de todo mundo. Ou melhor, cada vez mais as individualidades, as personalidades se destacam. Ter cara e voz própria. Ter opinião sua, embasada em sua experiência e vontade. Isso aliado ao estudo, à pesquisa e ao aperfeiçoamento constante, fazem pessoas interessante e produtos que marcam. E são cada vez mais raras.
Nesses tempos em que vivemos liberdade - e só quem questiona isso é quem não viveu nos tempos em que ela não existia - a pior forma de se podar é dar voz à autocensura. Talvez a isso as pessoas chamem de ditadura. O patrulhamento que sentem sobre si. De grupos. De formadores de opinião. Da sociedade. Do governo. Da família, igreja, amigos. De si mesmos.
A receita para superar isso? Não sei. A minha é preservar a minha liberdade interna. Ideologias, tendencias, gurus, fórmulas são boas como referências. Não como verdades absolutas. Questiono mesmo as minhas verdades, que dirá a dos outros.
Então fica a dica: patrulhamento, não caia nessa. Nem sobre você, nem sobre os outros.
Imagens: Google e Pinterest
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