Arquitetura - bela sim, mas tem que funcionar
Esses dias falei aqui sobre o Bikini Berlin, um centro comercial com hotel em Berlim na Alemanha. E eis que fiquei boquiaberta com a seguinte notícia que um colega postou em uma rede social : Novo hotel em Berlim expõe intimidade de hóspedes que vão ao banheiro.
Pode isso? Obvio que não, ainda mais quando se aponta que os clientes ficam em situação constrangedora justamente por uma ação projetual, ou seja, é culpa do arquiteto. Já tinha falado aqui sobre 10 erros arquitteônicos que custaram caro e de como as decisões de projeto tem que ser bem embasadas. E chegamos a um velho e salutar debate sobre o ensino da Arquitetura. Talvez estimulados por arquitetos nacionais considerados gênios e que tinham nas formas o seu ponto focal, prioritário e as vezes único, o ensino da profissão passou a enfocar a beleza per si como ponto fundamental na prática profissional. Arquiteto é o que faz coisas belas. Perfeito. Mas bem mais que isso. Arquiteto é o que projeta espaços que funcionam, que abrigam pessoas com todo conforto, segurança, usabilidade, acessibilidade, fazendo com que sejam sustentáveis. E que afinal com tudo isso resultem belos.
E como se consegue isso? Com muita pesquisa, com muito planejamento. Com uma boa equipe multidiciplinar. Com suor e com humildade. Uma solução formal não deve sacrificar o resto. Ao contrário, a solução bela deve surgir da união de todos os condicionantes. Não basta dominar a arte de representar, não basta um CAD/REVIT/SKETCHUP bonito e bem renderizado. É preciso mais. É preciso que aquela solução apresentada fique em pé, que funcione no verão e no inverno, que não gere desperdicio, que tenha sustentabilidade durante a vida do usuário, que seja de fácil manutenção. Que contribua para o seu entorno, ou pelo menos que não o atrapalhe. E que com tudo isso ainda encante os olhos. E todos os outros sentidos. Isso é arquitetura. A forma isolada é escultura, por mais bela que seja.
Confesso que não tenho acompanhado a evolução da grade curricular das faculdades de Arquitetura. Quando entrei elas eram muito diferentes. Fiz vestibular em uma em que a Arquitetura pertencia à área de humanas. Terminei em outra em que estava nas Exatas. O enfoque em uma e outra eram completamente diferentes no ato de projetar. Tanto uma como a outra foram importantes para o meu aprimoramente profissional, mas recordo que pensei, na época, em como poderiam receber a mesma atribuição profissional dois estudantes que tivessem estudado apenas em uma ou outra.
Tomara isso tenha sido sanado, mas ainda sinto um enfoque muito grande no profissional artista e criativo em detrimento do profissional que sabe erigir e projetar uma edificação com toda a sua complexidade.
Arquitetura, que seja bela sim. Mas que funcione na vida prática.
Pode isso? Obvio que não, ainda mais quando se aponta que os clientes ficam em situação constrangedora justamente por uma ação projetual, ou seja, é culpa do arquiteto. Já tinha falado aqui sobre 10 erros arquitteônicos que custaram caro e de como as decisões de projeto tem que ser bem embasadas. E chegamos a um velho e salutar debate sobre o ensino da Arquitetura. Talvez estimulados por arquitetos nacionais considerados gênios e que tinham nas formas o seu ponto focal, prioritário e as vezes único, o ensino da profissão passou a enfocar a beleza per si como ponto fundamental na prática profissional. Arquiteto é o que faz coisas belas. Perfeito. Mas bem mais que isso. Arquiteto é o que projeta espaços que funcionam, que abrigam pessoas com todo conforto, segurança, usabilidade, acessibilidade, fazendo com que sejam sustentáveis. E que afinal com tudo isso resultem belos.
E como se consegue isso? Com muita pesquisa, com muito planejamento. Com uma boa equipe multidiciplinar. Com suor e com humildade. Uma solução formal não deve sacrificar o resto. Ao contrário, a solução bela deve surgir da união de todos os condicionantes. Não basta dominar a arte de representar, não basta um CAD/REVIT/SKETCHUP bonito e bem renderizado. É preciso mais. É preciso que aquela solução apresentada fique em pé, que funcione no verão e no inverno, que não gere desperdicio, que tenha sustentabilidade durante a vida do usuário, que seja de fácil manutenção. Que contribua para o seu entorno, ou pelo menos que não o atrapalhe. E que com tudo isso ainda encante os olhos. E todos os outros sentidos. Isso é arquitetura. A forma isolada é escultura, por mais bela que seja.
Confesso que não tenho acompanhado a evolução da grade curricular das faculdades de Arquitetura. Quando entrei elas eram muito diferentes. Fiz vestibular em uma em que a Arquitetura pertencia à área de humanas. Terminei em outra em que estava nas Exatas. O enfoque em uma e outra eram completamente diferentes no ato de projetar. Tanto uma como a outra foram importantes para o meu aprimoramente profissional, mas recordo que pensei, na época, em como poderiam receber a mesma atribuição profissional dois estudantes que tivessem estudado apenas em uma ou outra.
Tomara isso tenha sido sanado, mas ainda sinto um enfoque muito grande no profissional artista e criativo em detrimento do profissional que sabe erigir e projetar uma edificação com toda a sua complexidade.
Arquitetura, que seja bela sim. Mas que funcione na vida prática.
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