Momento difícil
Um blog tem uma diferença para um veículo de imprensa. Um blog é feito por pessoa física. Esse é.
Pessoas tem olhares, tem vivências. Tem seus momentos de vida em que tudo é revirado. Estou vivendo um momento desses. Quem me conhece sabe o quanto sou ligada a meus pais. Já falei varias vezes deles e das grandes lições que aprendo com eles continuamente.
Nesse momento meu pai luta por sua vida em uma CTI de hospital. Aos 92/ quase 93 já enfrentou algumas batalhas desde 2005. Há seis meses vem passando por uma série de internações e tem ficado mais debilitado. Já estou em desvio de função de filha para mãe e pai deles faz tempo. Não é um processo fácil. Ver àqueles que a gente se acostumou a ver como fortalezas ficarem frágeis exige de nós uma profunda força interna. Mas vale cada minuto de dedicação.
Hoje de manhã quando segurei sua mão e afaguei sua testa, olhando para o seu corpo todo ligado à aparelhos, disse tudo o que tinha vontade, falei do amor, da admiração, da importância dele, tendo a plena consciência que poderia ser a ultima vez que estava com ele. Dói. Por mais que as pessoas digam que já viveu muito e que pode descansar, uma parte de mim grita:não! É meu pai. Preciso tanto dele ainda, não aprendi tudo, quero voltar no tempo. Mas..
O tempo não volta. O tempo é feito para viver o instante. Viva o seu. Agora. Corre é vai dar aquele beijo que fica adiando, não perde tempo em mesquinharias. A vida é frágil. Vai visitar seu pai, sua mãe, seu tio, seu amigo. Não perde tempo não. Meu pai nunca perdeu o dele. Meu guerreiro que vive uma grande batalha e na qual eu só posso ajudar rezando e fazendo carinho quando me deixam entrar.
Assim, compreendam se estiver meio ausente, se não falar de Arquitetura por esses tempos. Estou envolvida com a vida. Em todas as suas formas e batalhas.
Estou orando por vocês. Força, amiga!
ResponderExcluirQuerida Elenara tão lindo e tão verdadeiro tudo que escreveste,realmente chega um momento na vida que os papéis se invertem, os troncos vivos e fortes,
ResponderExcluirviram galhos frágeis,que temos que cuidar com carinho até que o grande arquiteto da natureza os venham podar!
Teu pai foi uma pessoa que veio e cumpriu com brilhantismo e sabedoria todas as funções que Deus hle destinou.Foi e sempre será sempre um grande orgulho para todos nós!Deixou contigo a coragem e a garra pela vida!Que Deus
te proteja neste momento difícil
.Não fui tão valente assim,ontem quando teu tio saiu chorando da UTI,eu não pude entrar
Realmente este é um momento de muita dor mas a vida tem que seguir seu rumo . Os ensinamentos que ele nos deixou serão eternos em nossos corações
Querida Elenara tão lindo e tão verdadeiro tudo que escreveste,realmente chega um momento na vida que os papéis se invertem, os troncos vivos e fortes,
ResponderExcluirviram galhos frágeis,que temos que cuidar com carinho até que o grande arquiteto da natureza os venham podar!
Teu pai foi uma pessoa que veio e cumpriu com brilhantismo e sabedoria todas as funções que Deus hle destinou.Foi e sempre será sempre um grande orgulho para todos nós!Deixou contigo a coragem e a garra pela vida!Que Deus
te proteja neste momento difícil
.Não fui tão valente assim,ontem quando teu tio saiu chorando da UTI,eu não pude entrar
Realmente este é um momento de muita dor mas a vida tem que seguir seu rumo . Os ensinamentos que ele nos deixou serão eternos em nossos corações
Força, Elenara!
ResponderExcluirDe longe, mas contigo,
Oscar & Sil
Já passei por isso e perdi os dois num espaço de oito meses.Não é fácil, a dor é enorme mas creia Deus sabe de todas as coisas e nunca nos abandona.Força e estou rezando por vocês.
ResponderExcluirQue Nossa Senhora te envolva em seu manto de proteção.
ResponderExcluirElenara, o que tu escreveu toca fundo na gente... Já sinto algo semelhante há algum tempo, em relação aos meus pais, de que eles estão a cada dia mais frágeis e precisando cada vez mais de nós, embora em grau bem menor ainda.
ResponderExcluirAdmiro tua força e espero ter metade dela quando precisar.
Estou orando para que meu padrinho vença mais essa batalha.
E, também, por ti e pela Tia Helena.
E por todos nós que estamos unidos neste momento.
Lembrei do texto do Carpinejar, onde ele também menciona essa inversão de papéis a que tu se referiu.
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/donna/noticia/2013/10/fabricio-carpinejar-todo-filho-e-pai-da-morte-de-seu-pai-4290444.html
Sei que nessas horas não tem muito o que dizer, ainda mais quando a emoção e o amor falam mais alto.
Mas, fiquei pensando aqui, será que essa inversão não alcança outras esferas?
Eu imagino como deve ser difícil para um pai, que durante toda a infância, zelou e protegeu o filho, deixá-lo, de repente, livre para enfrentar o mundo, seguir seu próprio caminho e tomar suas próprias decisões, sabendo que pode (e vai) quebrar a cara e sofrer.
E isso tende a acontecer com qualquer relação amorosa. Quando amamos, tentamos proteger, a todo custo, a pessoa amada, de todos os males e, às vezes, por amar demais, podemos acabar causando-lhe ainda mais sofrimento.
É bem difícil traçar um limite onde a proteção daquele que ama começa a afetar a liberdade do ser amado.
Entretanto, se ultrapassado esse limite, o ser amado tende a começar a agir, não por si, mas pelo bem do outro.
É quando o ser amado se torna refém do nosso amor.
Amar, nesse ponto, é, também, saber desapegar.
Imaginemos um filho que precisa se mudar para o Japão para realizar seu sonho e que, fazendo isso, seus pais não poderão vê-lo durante muitos anos. Se ele for refém do amor dos pais, não fará a viagem. Ficará junto deles, embora em sofrimento.
O amor dos pais, nesse caso, deverá ser grande o suficiente para que lhe façam ir.
A nossa tarefa, enquanto "filhos em desvio de função", é ainda mais difícil.
Difícil saber quando a vida se transformou em sobrevida.
Difícil saber quando a sobrevida se tornou apenas um prolongamento do sofrimento.
Difícil saber se a pessoa está lutando por ela mesma, ou apenas por nós.
O fato é que, diferentemente do filho que deixa de ir para o Japão, nossos pais, de um jeito ou de outro, um dia, farão a viagem.
E, também como no exemplo do Japão, esse dia será mais difícil para nós.
Do que para eles.
;')
Bjo no coração
Com amor,
Cássio
ELENARA,
ResponderExcluirboa tarde!
Ñ sei se nos conhecemos (como te escrevi) - ms ñ é isso q importa agora. Li tua mensagem e, como os demais, emocionei-me. O q o Cássio escreveu: 'vida..sobrevida, ficam por ós e ñ por eles... prolongamento do sofrimento... '
Bem. moro no Rio há anos. Viajava 1, 2 x/mês para POA visitar minha mãe, que, durante 2 anos e meio, permaneceu sobre uma cama sem falar, poder comer normalmente, e outras tristezas. Pedia a Deus a salvasse... Até q minha tia me disse: "Mirna, pede a Deus o melhor PARA ELA... ela pode estar aqui apenas por tua causa"... Passei a orar diferente e, dentro de uns dez dias, ela partiu suavemente... Se viva estivesse, teria a idade aproximada de teu pai... Agora, vive entre os anjos...
Que Deus te ilumine e guarde, dando-te as forças necessárias para um momento assim tão triste... os que acreditam na imortalidade da alma , em sua transcendência, sentem que os seres amados partiram apenas fisicamente. Que Deus haja de forma que teu querido pai não sofra.
Fraternal e carinhosamente,
Mirna Cavalcanti de Albuquerque.