Hibridismo cultural - com vinho, boa comida e companhia

Hibridismo cultural é uma realidade que conhecemos bem em nossos dias. Nosso jeito de vestir, nossa arquitetura, nossos hábitos e linguagem refletem um mundo cada dia mais unido e globalizado. Era diferente nos tempos antigos? Nem tanto.

Foi para saber mais a respeito que fui a um evento de gastronomia cultural no Studio Clio que falava sobre Hibridismo nas fronteiras da Cultura. O que seria isso?  

Examinaremos acervos que revelam contatos culturais exóticos e fenômenos singulares da história da cultura: trácios, gregos, hindus, pagãos e cristãos, no comentário do prof. Dr. Francisco Marshall.



Para começar o local é muito charmoso. Uma casa de esquina no bairro Cidade Baixa, com uma ciclovia bem na frente e uma rampa de acesso.

Na entrada uma surpresa! Uma árvore com um ninho. E ninho habitado. Sim, naquela árvore que estão vendo ao lado da porta. Isso já revela bastante sobre quem passa por ali. São amigos dos animais. 

E mais e mais detalhes se revelam aos olhos de arquitetos e leigos. Cada um mais lindo e interessante que o outro.
  

E estar em um ambiente bonito desses, em boa companhia (com as amigas Tereza e Carmen) e tendo a oportunidade de ouvir uma aula sobre trocais culturais e ainda degustar um cardápio maravilhoso, é uma verdadeira terapia. E isso em plena quarta feira ao meio dia.... 

Cardápio


Entrada
Kalitsounia kritis com queijo de cabra e chutney de manga


Principal
Pasta artesanal e curry de peixe com amêndoas


Sobremesa
Arroz de leite com cardamomo

Essas trocas culturais, como se dariam? Assim como a cultura americana é hoje preponderante, e assim já o foram a francesa e inglesa, houve um tempo em que a cultura helênica era de tal modo forte que acabava por influenciar o mundo a sua volta.

Até hoje é verdade essa influência que é sentida em muitos de nossos prédios já que a cultura e arquitetura gregas serviram de "modelo a toda a terra" com seu senso de harmonia, geometria e racionalidade em muitos momentos da história. Vide muitos edifícios públicos na capital do maior império dos dias de hoje, que é Washington. Podemos notar vários prédios nos EUA que guardam essa referência, vejam mais AQUI
Passeamos por vários povos antigos, dos "bárbaros" trácios aos indus, passando pelos egípcios, tão bem representados pela rainha "grega" Cleópatra. Vimos as referências de vestimentas gregas, fluidas e leves, em figuras como Buda. E múmias com penteados e modas gregas. 

A arte mortuária é uma das maneiras de se analisar vidas de povos antigos. E vendo figuras tão realistas de pessoas que morreram tanto tempo antes, sempre me pego pensando que estamos sendo um pouco invasivos sobre vidas que jamais saberemos em forma de sonhos, mas podemos adivinhar o que "curtiam". Se daqui milênios, nossa civilização se for e ficarmos apenas ruínas, como nos analisarão as pessoas do futuro? Olharão nossas figuras mundiais de uma certa garrafa e pensarão talvez serem objetos de oferenda? Nunca se sabe....

O que podemos ver é que de trocas são feitas nossas vidas, sejamos pessoas, sejamos sociedades. E dessas trocas sempre resultam uma nova abordagem. Se melhor ou pior, cada caso revelará.  

 
Fotos - Elenara Leitão

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