A Vida Sexual dos Ditadores - Napoleão
Ganhei um livro de um amigo virtual (mais um que foi desvirtualizado esse ano). O Fernando e a Simone estiveram aqui em casa e me deixaram, além de sua simpatia, esse livro, no mínimo intrigante: A Vida Sexual dos Ditadores.
O primeiro da lista de Ditadores, e foi o único capítulo que consegui ler até agora, é Napoleão. E vem ao encontro dos últimos acontecimentos nacionais que me lembram muito a Revolução Francesa. Após a era do Terror que se seguiu a tomada da Bastilha e cortes (literais) de cabeças, começando com o Rei e passando por líderes do próprio movimento revoltoso, surgiu um líder que obviamente tomou o poder e se tornou Imperador (um eufemismo para ditador?).
Além de detalhes (verdadeiros ou não, não sei) sobre a vida sexual do próprio Bonaparte, o capítulo fala da imensa liberdade sexual que havia nessa época. Por um lado dos que, vivendo no limite da Vida e da Morte, não se impunham limites. E dos que, usando o sexo como arma, buscavam recuperar antigos privilégios. Que, pelo que conta o livro, eram rapidamente devolvidos.
E obviamente todo acontecimento impactante da vida reflete na moda e na Arquitetura. Com o período de Napoleão não poderia ser diferente. Depois das plumas, perucas e rococós dos Luíses e Maria Antonieta, uma estética que louvava a razão, o militarismo, as grandes civilizações antigas (romana e grega), incluindo toques egípcios, onde Napoleão andou mirando as pirâmides e refletindo sobre os séculos passados, inunda Paris e o consequentemente o mundo. Era o chamado estilo Império. As mulheres usavam penteados que remetiam à guilhotina (coques), com o colo nu e colares que lembravam fios de sangue. Mórbido? Nós não deixamos de fazer algo semelhante vestindo caveiras e cultuando zumbis. Cada época, cada moda.
Os prédios públicos imitam grandes templos do passado. Os EUA levam uma herança muito grande dessa moda, já que a sua democracia começa na esteira da Revolução Francesa. O célebre arco do Triunfo, catedrais, mobiliário trazem uma mensagem de classicismo talvez para compensar a nova ascensão ao poder de uma classe que não tinha a mesma cultura da antiga. Sem nenhum julgamento de valor nessa ponderação, mas apenas uma suposição dos motivos dessa volta a uma estética do passado. Anos depois, com o reinado de Napoleão III, Paris vai sofrer uma grande transformação com o Plano Haussmann. A cidade antiga, cheia de ruelas, sofre uma intervenção cirúrgica radical para dar lugar às grandes avenidas. Que tinham um objetivo bem mais militar e de manutenção da ordem que de embelezamento propriamente dito. Sabe como é, gato escaldado tem medo de água quente....
Autor : Elenara Leitão
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