Normógrafos e outras cositas estranhas por aí
Do fundo do baú...
Fazendo uma pequena limpeza e quebrando a cabeça em como vou conseguir mais espaço para meus livros e revistas, achei esses velhos projetos de faculdade.
Esse era um Centro Comunitário e devia ser Projeto I já na UFRGS, no final dos anos 70. Era tudo feito a mão (!). Adendo: eu comecei a faculdade na UnB em Brasilia, em julho de 74 e vim transferida para Porto Alegre em 76.
A mudança foi meio traumática porque eu não conseguia entender como dois curriculos tão diversos podiam formar o mesmo profissional....Aproveitei algumas cadeiras feitas na UnB, mas para me encaixar em um semestre foi um parto.
A gente fazia as pranchas em papel manteiga ou vegetal. O manteiga era mais comum porque era mais barato. E tirava cópia heliográfica. Alguns escritório graúdos tinham sua própria máquina, mas o mais comum era mandar "plotar" fora. Estagiário, coitado, era colocado para raspar as pranchas de vegetal. Quando havia alguma modificação no projeto, a gente pegava uma gilete (ah! olha o nome do produto nominando o próprio...) e raspava com cuidado. Depois passava um grafite e borracha, para o nanquim não se espalhar...
Normógrafos, aranhas com achatador, cera de sapato, canetas de nanquim, lapiseiras, régua T e....BENZINA! A gente acabava se viciando no cheiro dela, até hoje tenho uma queda por gasolina. Rascunhos em qualquer pedaço de papel. Guardanapos nas noitadas eram os preferidos. Muita poesia, muita vontade de aprender. Xerox de livros, bibliotecas lotadas. Espremer o orçamento para comprar o Neufert. E no máximo uma calculadora científica. Que vinha do Paraguai...
Aquarela...céus lindosnas perspectivas. Ecoline. Cores. Lápis de cor Carand'ache. Canetinhas de hidrocor. E as cinzas que imitavam concreto? Um luxo. Carésimas !!!
Rádio brega para não dormir. Aqui em Porto Alegre muita Caiçara, onde a música não para...Café, muito café. Dormir no chão algumas horas para acordar e terminar o projeto.
Professor, adia a prova. Essa semana é entrega de projeto....Derivadas, momento, flexão, acústica, história, cálculo...e o café no bar.
Só o fim de ano para me fazer voltar assim no tempo. E como é que consegui me formar sem computador????? Eu e uma galera por aí???
PS: (que vem do latim e significa que a gente esqueceu de algo.). Já ouvi por aí que projeto precisa ser definido em palavras. Ou seja, tem que ter um conceito. E isso antes de ser riscado ou de abrir qualquer CAD. Sem saber onde se quer chegar, é dificil traçar o roteiro, não é mesmo? E no mestrado aprendi que o tema de sua dissertação tem que ser entendível por mãe. Não menosprezando a educação da mãe de ninguém, mas significando que não pode ser criptografado de modos a que seja tão complicado que ninguém saiba o que significa...
Fazendo uma pequena limpeza e quebrando a cabeça em como vou conseguir mais espaço para meus livros e revistas, achei esses velhos projetos de faculdade.
Esse era um Centro Comunitário e devia ser Projeto I já na UFRGS, no final dos anos 70. Era tudo feito a mão (!). Adendo: eu comecei a faculdade na UnB em Brasilia, em julho de 74 e vim transferida para Porto Alegre em 76.
A mudança foi meio traumática porque eu não conseguia entender como dois curriculos tão diversos podiam formar o mesmo profissional....Aproveitei algumas cadeiras feitas na UnB, mas para me encaixar em um semestre foi um parto.
A gente fazia as pranchas em papel manteiga ou vegetal. O manteiga era mais comum porque era mais barato. E tirava cópia heliográfica. Alguns escritório graúdos tinham sua própria máquina, mas o mais comum era mandar "plotar" fora. Estagiário, coitado, era colocado para raspar as pranchas de vegetal. Quando havia alguma modificação no projeto, a gente pegava uma gilete (ah! olha o nome do produto nominando o próprio...) e raspava com cuidado. Depois passava um grafite e borracha, para o nanquim não se espalhar...
Normógrafos, aranhas com achatador, cera de sapato, canetas de nanquim, lapiseiras, régua T e....BENZINA! A gente acabava se viciando no cheiro dela, até hoje tenho uma queda por gasolina. Rascunhos em qualquer pedaço de papel. Guardanapos nas noitadas eram os preferidos. Muita poesia, muita vontade de aprender. Xerox de livros, bibliotecas lotadas. Espremer o orçamento para comprar o Neufert. E no máximo uma calculadora científica. Que vinha do Paraguai...
Aquarela...céus lindosnas perspectivas. Ecoline. Cores. Lápis de cor Carand'ache. Canetinhas de hidrocor. E as cinzas que imitavam concreto? Um luxo. Carésimas !!!
Rádio brega para não dormir. Aqui em Porto Alegre muita Caiçara, onde a música não para...Café, muito café. Dormir no chão algumas horas para acordar e terminar o projeto.
Professor, adia a prova. Essa semana é entrega de projeto....Derivadas, momento, flexão, acústica, história, cálculo...e o café no bar.
Só o fim de ano para me fazer voltar assim no tempo. E como é que consegui me formar sem computador????? Eu e uma galera por aí???
PS: (que vem do latim e significa que a gente esqueceu de algo.). Já ouvi por aí que projeto precisa ser definido em palavras. Ou seja, tem que ter um conceito. E isso antes de ser riscado ou de abrir qualquer CAD. Sem saber onde se quer chegar, é dificil traçar o roteiro, não é mesmo? E no mestrado aprendi que o tema de sua dissertação tem que ser entendível por mãe. Não menosprezando a educação da mãe de ninguém, mas significando que não pode ser criptografado de modos a que seja tão complicado que ninguém saiba o que significa...
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