Falando sobre sustentabilidade na arquitetura
Há muitos anos costumo manter com o Arquiteto e Urbanista Oscar Müller uma amizade que muito me acrescenta em termos de debate e conhecimento em Arquitetura. E mais especialmente em termos humanos porque mesmo só os conhecendo pelas redes da vida, para mim, ele e sua esposa Sil, são amigos que guardo com grande carinho dentro de meu coração. E uma das coisas que sinto nas nossas trocas de ideias é que elas se perdem justo porque são trocadas por e-mails e o seu conteúdo que é, amiúde, muito bom, acaba por se volatizar por aí. Mas esse em especial vou compartilhar com vocês. Falávamos sobre sustentabilidade e a arquitetura e aí abaixo seguem trechos de suas ponderações:
A começar pela prática mais nobre e efetiva, na nossa área não é fácil considerar a redução. Ao sermos instados a desenvolver um novo projeto, não há muito espaço de interlocução com o cliente acerca da real necessidade da execução de uma nova edificação. Por mais ético que possa ser o profissional, ele corre grande risco de ser preterido em favor de um concorrente que simplesmente não toque no assunto... Em algumas situações, talvez o cliente esteja motivado a construir, por sentir alguma deficiência no imóvel que está ocupando, deficiência que talvez possa ser contornada com alguma adaptação ou providência no imóvel atual.
É preciso muita consciência ecológica para agir contra os seus próprios interesses financeiros, mas ao considerar quanta energia e recursos serão consumidos na nova construção, fica fácil perceber porque a redução é a prática mais nobre da trinca.
Sendo a edificação de fato necessária, observamos a boa prática da redução seguindo a máxima: menos é mais. O objetivo aqui se traduz na obtenção do espaço necessário com uso da menor quantidade possível de materiais, tempo e mão de obra. Materiais aparentes, sem recobrimento, que peçam pouca ou nenhuma manutenção, fechamentos eficientes, mais leves e menos espessos, processos mais rápidos, enfim, quanto menos quantidade de materiais, menos peso, e tempo empregados, melhor.
A segunda prática do pódium é o reuso. Óbviamente, temos que valorizar muito mais o espaço já construído, reformar é sempre muitíssimo melhor que demolir. Aqui o arquiteto tem muitíssimo o que colaborar, desde o conceito e concepção do projeto. As edificações tem vida útil bem longa, e quanto maior esta for, mais sustentável será. Para promover o reuso, os espaços devem ser multiuso. Aqui temos que pensar muito além dos anseios apresentados pelo cliente...
Ao abordar o assunto da sustentabilidade, sempre é bom lembrar da listinha básica: redução, reuso, reciclagem. Seguindo por aí, já há muito o que comentar...
A começar pela prática mais nobre e efetiva, na nossa área não é fácil considerar a redução. Ao sermos instados a desenvolver um novo projeto, não há muito espaço de interlocução com o cliente acerca da real necessidade da execução de uma nova edificação. Por mais ético que possa ser o profissional, ele corre grande risco de ser preterido em favor de um concorrente que simplesmente não toque no assunto... Em algumas situações, talvez o cliente esteja motivado a construir, por sentir alguma deficiência no imóvel que está ocupando, deficiência que talvez possa ser contornada com alguma adaptação ou providência no imóvel atual.
É preciso muita consciência ecológica para agir contra os seus próprios interesses financeiros, mas ao considerar quanta energia e recursos serão consumidos na nova construção, fica fácil perceber porque a redução é a prática mais nobre da trinca.
Sendo a edificação de fato necessária, observamos a boa prática da redução seguindo a máxima: menos é mais. O objetivo aqui se traduz na obtenção do espaço necessário com uso da menor quantidade possível de materiais, tempo e mão de obra. Materiais aparentes, sem recobrimento, que peçam pouca ou nenhuma manutenção, fechamentos eficientes, mais leves e menos espessos, processos mais rápidos, enfim, quanto menos quantidade de materiais, menos peso, e tempo empregados, melhor.
A segunda prática do pódium é o reuso. Óbviamente, temos que valorizar muito mais o espaço já construído, reformar é sempre muitíssimo melhor que demolir. Aqui o arquiteto tem muitíssimo o que colaborar, desde o conceito e concepção do projeto. As edificações tem vida útil bem longa, e quanto maior esta for, mais sustentável será. Para promover o reuso, os espaços devem ser multiuso. Aqui temos que pensar muito além dos anseios apresentados pelo cliente...
Aproveitamento de galpão de barcos para casa noturna, usando tijolos de demolição Projeto 1990 - Arq. Marco Gewehr Flores |
Falando em reciclagem
Meu imóvel está em um envelope de tombamento, e eu não podia alterar a linha da cumeeira. O telhado já tem 80 anos, foi executado com telhas francesas, ripas, caibros e vigas. Sob as telhas coloquei uma manta de subcobertura, por baixo das vigas um forro de PVC, e entre as duas coisas o isolamento termo-acústico. É aqui que a porca torce o rabo, não encontrei no mercado uma solução durável e eficiente, que também fosse ambientalmente amigável.
Os colegas da lista já sabem de minha paixão pela reciclagem, e na verdade escrevo para fazer saber desta experiência que funcionou muito bem: usei aparas descartadas de espuma embrulhadas em plástico bolha. Com custo desprezível, a solução se mostrou eficiente tanto no trabalho térmico, como no isolamento acústico. Durmo tranqüilo neste ambiente, vizinho da Av 23 de Maio, que para quem não conhece, é uma das mais movimentadas da cidade.
Estas aparas são um descarte difícil de lidar, que acaba nos lixões, sem tratamento específico, agravando um problema ambiental já conhecido por todos. Jogo de "todo-mundo-ganha", ao dar uso para este material, resolvemos um problema para o doador, e ao mesmo tempo evitamos que o descarte chegue aos aterros sanitários.
Aqui em Sampa obtive a espuma do próprio fabricante, que feliz em contribuir com o meio-ambiente, enviou de bom grado uma caminhonete lotada para meu endereço (e ainda com dois funcionários para descarregar!), entretanto creio que se pode encontrar este tipo de descarte em qualquer empresa que trabalhe montando baús para caminhões frigoríficos.
realmente é difícil encontrar o equilíbrio entre sustentabilidade, preço e desejo do cliente e ás vezes um acaba suprimindo o outro... Mas continuemos tentando ;)
ResponderExcluirÉ isso aí Melize!
ResponderExcluirNão resta outro caminho, a não ser continuar tentando, procurando por soluções, e mais que isso, divulgando as boas práticas como a Elenara tem feito!
Abraço,