Um quarto em Veneza
Era uma vez...
Um quarto em Veneza.
Não um quarto normal.
Era um quarto muito especial, pois tinha a capacidade de abrigar todos os sonhos que alguém se dispusesse a sonhar.
Por que Veneza, me perguntariam ? Se não era possível tal quarto em qualquer lugar do planeta aonde houvesse alguém que ainda olhasse o mundo com os olhos deslumbrados de um eterno estudante ?
Sim, era.
Mas Veneza é desses locais mágicos, meio fora do mundo e do tempo, aonde o sonho parece mais crível, mais real. Ou alguém, que já tenha passeado por suas ruelas estreitas, deixa de acreditar que o Amor o espera sorrateiro na próxima janela, ou marcará encontro em uma madrugada deserta em plena São Marcos ?...
Pois aquele quarto em Veneza era assim. Repleto de todas as esperanças que os corações guardam dentro de si, mesmo quando os anos teimam em passar e a aparência também teima em mudar.
Mas deixando as divagações de lado e voltando ao quarto.
Era amplo, do tamanho exato da esperança. Suas paredes eram sólidas, o ambiente aconchegante como casa de mãe.
Tinha uma janela de onde se podia descortinar o mundo, e ao mesmo tempo não ser visto por este, a não ser que (e quando) se quisesse.
A cama. Nossa, a cama era tão gostosa, mas tão gostosa, limpinha e cheirosa, que dava vontade de se aninhar com o Amor da gente, e ficar ali, jogando conversa fora, se amando, dormindo e vivendo...
O grande mistério daquele quarto é que, mesmo tão perfeito, raramente era encontrado a não ser quando a gente estava sozinho em Veneza...
Quando acompanhados, por mais que guardássemos o endereço, as ruelas eram tantas, tão iguais, que ao entrarmos no hotelzinho simples , qual nossa surpresa, ao ver que o quarto podia até ser parecido, mas não era Aquele.
Ás vezes faltava aconchego, ás vezes a vista era devassada. Outras a cama não era tão fofinha como a outra... Sempre faltava a magia que fazia daquele quarto um lugar tão especial. Ás vezes, ao dormirmos, sonhávamos que o quarto tinha voltado, mas ao acordar, nos descobríamos perdidos e solitários, em um quarto qualquer, em uma cidade estrangeira...
Quem sabe, quantos de nós passam uma vida inteira procurando um quarto muito especial em Veneza...
Quem sabe quantos já não acharam o hotelzinho singelo, no fim daquela ruela perdida e imaginando que o hotel deveria ser mais moderno ou bonito, não tenha desistido. Ou quem sabe ainda, tendo entrado no quarto, não tenha conseguido captar a magia do ar, porque alguma coisa estava diferente desde a última vez em que estivera ali....
Nossa!!!!!!!!!!
ResponderExcluirQue texto lindo!!!!!!
Parabéns!
Obrigada Malú,
ResponderExcluirEscrever é um hábito que quero retomar. É mais que hábito, é uma terapia prazerosa para mim.
Beijos
Elenara
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirE deves mesmo! Parabéns pelo texto, adorei, abraço!
ResponderExcluirLindo texto!
ResponderExcluirDeu vontade de conhecer Veneza..
Vai fazer 2 anos que escreveste o post e só agora encontrei. Sempre é tempo de ler e de se emocionar e de imaginar um gato persa na cama tão fofinha...Lindo texto!
ResponderExcluirbjs da Teca
Hey im new here.
ResponderExcluirIm sam, how is everyone?
I look forwards to being a active memeber