Visitando o Iberê
Assisti a uma explanação do Siza sobre o projeto desse museu, onde ele explicava os conceitos que nortearam a sua concepção, desde a implantação em um terreno muito estreito, limitado por uma rua que margeia o rio e uma predreira, até os condicionantes das seguradoras para as obras de arte.
Arquitetura é antes de qualquer coisa, um conceito materializado. Que pode suscitar uma série de emoções e sensações. Essa é uma obra polêmica, que até pode causar uma certa estranheza, mas é sem dúvida uma obra com conteúdo. Algo que está se tornando um pouco raro em nossas cidades.
Vamos então a algumas considerações sobre uma visita a ele.
Acesso e sinalizações: meu pai sempre dizia que as sinalizações de acesso de uma cidade ou local sempre deviam ser feitas por alguém de fora. Ao meu ver faltam marcações mais preciosas e claras tanto para o acesso, como para o interior. Como o estacionamento é embaixo da pista de acesso, quem não souber, passa.
Entrada, carro estacionado, subida das escadas...(Sim, tem elevador, mas fica no fim do estacionamento, mas tem gente para indicar). Passa-se do escuro para uma vista deslumbrante da cidade. Primeira e grata surpresa !
Entrada clara e limpa, lojinha de museu que eu adoro ! Acesso sugerido, subir de elevador até o quarto andar e descer pelas rampas, Acesso meio estreito para o meu gosto, mas o elevador é grande.
Não vou me deter nas exposições, isso é para uma visita privada e valem a pena. Vou apenas dar as minhas impressões sobre o prédio. Essa é das primeiras vistas para a cidade, descendo as rampas. Os rasgos proporcionam vistas de ângulos da cidade e quebram a intimidade do prédio. A alternância de claros e escuros criam uma atmosfera aconchegante e instigante. Há uma exposição que acrescentou uns detalhes que imitam janelas. Esse daí é o mais interessante. Os outros me pareceram meio bobinhos, gratuitos. Mas devo reconhecer que a vista da cidade é maravilhosa e nem precisava desses recursos para ser realçada.
Ainda nas rampas, o efeito de luz das claraboias é muito interessante. Gosto dessa mistura de luz e sombras, dá uma sensação de envolvimento. Mas a execução da exposição com efeitos de cor trouxe alguns problemas, já que elas estão trincadas e sujas quando se chega abaixo...Mas o efeito quando se caminha é deslumbrante.
O atrio central é belíssimo e fica ainda mais interessante com as esculturas transparentes.
A foto não foi fiel, até porque não se pode usar flashes, mas olhar a vegetação ao fundo, exuberantemente verde, em contraste com o branco interno, é muito bonito e nos dá uma sensação muito boa, de contato com a natureza. É como se ela própria fosse uma obra de arte.
As rampas vistas de fora. Uma surpresa ! Por dentro elas parecem fazer parte do corpo do prédio, pela sensação de pertencer.
Volume forte. Mas rico em formas internas e externas. Por dentro o prédio é muito mais belo que por fora.
Esta semana estive lá.
ResponderExcluirModernismos e estudos a parte eu penso que construir um prédio a beira de um "rio" e não utilizar a belíssima paisagem que ele proporciona é bem de português.
Se a intenção foi tirar a atenção do público do externo, com receio que fosse mais interessante que o interno, as obras, ele conseguiu!
Como leiga no assunto só posso dizer:
ResponderExcluirUma Linda Semana!
Vou falar de Arnaldo Jabor e não de Iberê Camargo.
ResponderExcluirPor mais incrível que possa parecer
aquele texto sobre a VERDADE masculina é do próprio.
Consta do Site seguinte:
http://www.pensador.info/p/arnaldo_jabor/1/
Confira, é o segundo texto.
Mil bjs
Pois eu também tinha vários senões em relação a essa obra de Siza. E ainda a acho muito europeia, mas nisso reside também o seu valor. Ela choca, ela instiga, ela não fica na mesmice. E isso também é Arquitetura. Esse mexer com os sentimentos, esse fazer com que a gente reflita sobre o que o espaço nos transmite.Até entendo que ela não tenha mais aberturas sobre a vista (deslumbrante) da cidade, repetindo vários centros de compras que também tem essa visão privilegiada. O meu maior desconforto foi mesmo o de ficar com a impressão de que o prédio é mais relevante que as obras que contém. O que me parece, desvirtua um pouco o seu sentido de ser um repositório das mesmas.
ResponderExcluirAbracos
Elenara
Gostei muito dos pontos positivos que descreveste e, como completo leigo, creio que precisaria experimentar a sensação de estar lá... Vou ver se na próxima ida a Porto Alegre consigo dar uma chegadinha por lá para uma olhadinha...
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