Porto Alegre encontra os Nórdicos: Não é sobre copiar, é sobre adaptar

Esses dias estava refletindo sobre uma coisa que me incomoda há tempos: essa mania de pegar modelos urbanos "de primeiro mundo" e querer aplicar na nossa realidade como se fosse receita de bolo. Em urbanismo, olhar os países nórdicos, Dinamarca, Suécia, Noruega, como modelos a se imitar é muito falado. Mas calma, não estou dizendo que devemos ignorar essas referências. Pelo contrário. O que me incomoda é essa tendência de romantizar soluções estrangeiras sem entender que cada cidade tem sua própria biografia, seus próprios ritmos, suas próprias contradições. Se até lá estes modelos não são perfeitos como muitas reportagens querem deixar crer, imagine colar de paraquedas aqui, com outra cultura e realidade socioeconômica. O modelo nórdico não é perfeito, nem mágico. É resultado de décadas de tentativa e erro, de políticas públicas consistentes e, principalmente, de uma cultura de participação cidadã que foi construída ao longo de gerações. Os caras levam a sério algumas coisa...