Obsolescência X Reutilização de casas - prêt-à- loger
Uns anos atrás comecei a notar uma tendência de demolição de casas relativamente novas para construção de edifícios em Porto Alegre. Terrenos amplos, localização privilegiada e crescente insegurança explicavam esse descarte de casas relativamente novas e bem construídas. Mas achei que era um problema nosso, coisa de terceiro mundo ou de país em desenvolvimento. Qual não foi minha surpresa ao ouvir duas referências à obsolescência de casas também no Japão e na Holanda.
No artigo sobre o Japão o autor inclusive aponta a contradição entre a excelente qualidade das construções, especialmente as de madeira, com a prática de demolir para construir uma nova. Uma prática nada sustentável que torna a vida útil das casas relegada a uma pequena dezena de anos, algo como 30, 38 anos. O grande número de arquitetos e trabalhadores em construção civil também são um indicativo de um mercado que é altamente renovado. Talvez bom para a indústria da construção mas altamente pernicioso em termos de sustentabilidade.
Já na Holanda, segundo informação do colega Wagner Gonzalez, que mora em
Groninga, muitos edifícios antigos e com um histórico de alto valor emocional, acabam demolidos para construir edificações energeticamente mais eficientes e mais adaptadas aos nossos dias.
No artigo sobre o Japão o autor inclusive aponta a contradição entre a excelente qualidade das construções, especialmente as de madeira, com a prática de demolir para construir uma nova. Uma prática nada sustentável que torna a vida útil das casas relegada a uma pequena dezena de anos, algo como 30, 38 anos. O grande número de arquitetos e trabalhadores em construção civil também são um indicativo de um mercado que é altamente renovado. Talvez bom para a indústria da construção mas altamente pernicioso em termos de sustentabilidade.
Já na Holanda, segundo informação do colega Wagner Gonzalez, que mora em
Groninga, muitos edifícios antigos e com um histórico de alto valor emocional, acabam demolidos para construir edificações energeticamente mais eficientes e mais adaptadas aos nossos dias.
Mas para suprir a lacuna de gerir história e presente, já pensando em um futuro mais humano e eficiente, estudantes da Universidade de Tecnologia de Delft projetaram uma espécie de segunda pele que pudesse ser usada sobre as casas geminadas que fizeram a história holandesa depois da segunda guerra mundial.
Chamaram seu projeto prêt-à- loger " ( pronto para viver) e vão concorrer no Solar Decathlon Europe com ele. Ao invés de propor uma casa do futuro, a ideia é fazer com que as casas atuais possam chegar ao futuro preparadas com painéis solares e podendo receber vegetação. Saiba mais sobre o projeto AQUI
Um empoderamento das antigas construções, levando-as a um novo ciclo de vida. Redução de gastos, de desperdícios em demolição e reutilização de espaços gerando transformação e novas possibilidades de futuro, sempre imaginando a grande demanda por cidades e a consequente necessidade de casas e espaços. Para dar uma ideia da escala do projeto, segundo os estudantes, "cerca de 60 % dos cidadãos holandeses vivem em casas geminadas , chamados Doorzonwoning , que foram criados durante o déficit habitacional pós-Segunda Guerra Mundial".
Autor: Elenara Leitão
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