Praça sobre estacionamento - nova camada de uso urbano
Você pode não acreditar, mas essa praça nasceu sobre um espaço de estacionamento. É uma iniciativa da prefeitura de Los Angeles para dotar a cidade de espaços de lazer chamada de 50 Parks Initiative.
O projeto visa dotar a comunidade de locais de lazer e recreação que sejam uniformemente distribuidos, que todos possam ter acesso, especialmente os locais com carência desses espaços. A grande densidade urbana é um dos empecilhos detectados.
Um projeto desse porte leva exige uma parceria entre governos de todas as esferas e iniciativa privada, além da participação da comunidade, ONGs, grupos de comunidade, etc. Um esforço comum em prol do presente e futuro da cidade.
Segundo o site do projeto os requisitos para que essa ideia dê certo são exatamente essa parceria, que o processo de projeto seja conduzido pela comunidade e que esses projetos sejam de baixa manutenção.
Nessas imagens vemos o quanto o espaço urbano se qualifica. Onde havia um estacionamento, agrega-se um parque em uma outra camada de ocupação. Ganham todos. Inclusive os carros que ganham uma cobertura. Leia mais sobre esse projeto AQUI. Projeto de http://www.lehrerarchitects.com/
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0.1- Seja pelo calo profissional de quem está muito habituado aos mapas, seja pela obrigação de focar a macro questão, ou mesmo porque a experienciação das cidades se dá mais frequentemente pelas ruas e avenidas, os atores envolvidos no seu planejamento e administração tendem a compreender, projetar e intervir, a partir da malha composta pelas vias existentes.
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0.2- Estas vias comportam o ir e vir dos citatinos, e expressam de forma contundente os problemas que fazem sofrer a cidade, levando os atores envolvidos, também por este motivo, a basear suas ações segundo este desenho, onde a vida da urbe parece ter lugar. Entretanto o espaço disponível para esta malha tem fronteiras muito definidas, que não se expandem à medida que a cidade cresce, pelo contrário, a tendência natural de crescimento da demanda torna este espaço disponível virtualmente cada vez menor, menos útil e qualificado, o que restringe sobremaneira a gama de soluções possíveis.
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0.3- Os esforços no sentido da recuperação e requalificação dos espaços públicos tem caráter pontual, e mesmo quando bem sucedidos, são isolados, conectando-se apenas através da mesma rede de ruas e avenidas, que interrompem um possível e desejado “continuum saneado”, que poderia oferecer de fato uma nova alternativa de experienciação da cidade.
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0.4- Mesmo uma cidade tão grande, adensada, e árida como a nossa, conta com praças, parques, calçadões, retalhos urbanos, e nesgas verdes, cujos benefícios podem ser potencializados com a sua conexão, que também precisa surgir de forma já qualificada, e não tem lugar para acontecer na rede viária existente.
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0.5- É preciso portanto pensar nas possibilidades de conexão através da adição de uma nova camada de uso, pensada em sobreposição à existente, capaz de oferecer também alternativas de percurso (para outros modais que não o veículo à explosão), mas principalmente de usufruto. Quanto mais conectadas, maior o poder de contaminação a qualificar suas fronteiras, e mais forte a tendência de expansão destes espaços urbanos saneados.
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0.6- A cidade é um organismo vivo, que cresce (ou míngua) ordenada ou desordenadamente, com ou sem planejamento, independentemente da vontade de seus cidadãos ou gestores, e isto se dá via de regra da forma mais fácil, mais simples e objetiva que se apresente. Se forem facilitadas as condições para que o crescimento aconteça de forma sustentável e qualificada, é assim que este se dará.
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0.7- Se cada intervenção da municipalidade for feita com esta filosofia, adotando coberturas vivas, cada uma delas, por menor que seja, será também mais um ponto a auxiliar no alinhave das superfícies qualificadas e sua integração, apontando para um futuro não só possível, mas também desejável, onde o deslocamento tenda a se tornar mais prescindível, e o usuário tenha acesso cada vez mais próximo a espaços públicos onde a vida, o encontro, as atividades lúdicas e culturais possam ter lugar, sem que seja obrigado a vivenciar a urbe como fazemos hoje, por falta absoluta de alternativa.
O projeto visa dotar a comunidade de locais de lazer e recreação que sejam uniformemente distribuidos, que todos possam ter acesso, especialmente os locais com carência desses espaços. A grande densidade urbana é um dos empecilhos detectados.
Um projeto desse porte leva exige uma parceria entre governos de todas as esferas e iniciativa privada, além da participação da comunidade, ONGs, grupos de comunidade, etc. Um esforço comum em prol do presente e futuro da cidade.
Segundo o site do projeto os requisitos para que essa ideia dê certo são exatamente essa parceria, que o processo de projeto seja conduzido pela comunidade e que esses projetos sejam de baixa manutenção.
Essa ideia de uma nova camada de uso do solo já tinha sido estudada pela Synarqs, o braço arquitetônico da Synapsis e encaminhada como sugestão (entre outras) ao governo municipal de São Paulo. Quem sabe em um futuro próximo poderemos contar com locais assim em nossas cidades.
Nova Camada de Uso (em Solo Criado
com Coberturas Vivas)
0.1- Seja pelo calo profissional de quem está muito habituado aos mapas, seja pela obrigação de focar a macro questão, ou mesmo porque a experienciação das cidades se dá mais frequentemente pelas ruas e avenidas, os atores envolvidos no seu planejamento e administração tendem a compreender, projetar e intervir, a partir da malha composta pelas vias existentes.
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0.2- Estas vias comportam o ir e vir dos citatinos, e expressam de forma contundente os problemas que fazem sofrer a cidade, levando os atores envolvidos, também por este motivo, a basear suas ações segundo este desenho, onde a vida da urbe parece ter lugar. Entretanto o espaço disponível para esta malha tem fronteiras muito definidas, que não se expandem à medida que a cidade cresce, pelo contrário, a tendência natural de crescimento da demanda torna este espaço disponível virtualmente cada vez menor, menos útil e qualificado, o que restringe sobremaneira a gama de soluções possíveis.
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0.3- Os esforços no sentido da recuperação e requalificação dos espaços públicos tem caráter pontual, e mesmo quando bem sucedidos, são isolados, conectando-se apenas através da mesma rede de ruas e avenidas, que interrompem um possível e desejado “continuum saneado”, que poderia oferecer de fato uma nova alternativa de experienciação da cidade.
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0.4- Mesmo uma cidade tão grande, adensada, e árida como a nossa, conta com praças, parques, calçadões, retalhos urbanos, e nesgas verdes, cujos benefícios podem ser potencializados com a sua conexão, que também precisa surgir de forma já qualificada, e não tem lugar para acontecer na rede viária existente.
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0.5- É preciso portanto pensar nas possibilidades de conexão através da adição de uma nova camada de uso, pensada em sobreposição à existente, capaz de oferecer também alternativas de percurso (para outros modais que não o veículo à explosão), mas principalmente de usufruto. Quanto mais conectadas, maior o poder de contaminação a qualificar suas fronteiras, e mais forte a tendência de expansão destes espaços urbanos saneados.
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0.6- A cidade é um organismo vivo, que cresce (ou míngua) ordenada ou desordenadamente, com ou sem planejamento, independentemente da vontade de seus cidadãos ou gestores, e isto se dá via de regra da forma mais fácil, mais simples e objetiva que se apresente. Se forem facilitadas as condições para que o crescimento aconteça de forma sustentável e qualificada, é assim que este se dará.
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0.7- Se cada intervenção da municipalidade for feita com esta filosofia, adotando coberturas vivas, cada uma delas, por menor que seja, será também mais um ponto a auxiliar no alinhave das superfícies qualificadas e sua integração, apontando para um futuro não só possível, mas também desejável, onde o deslocamento tenda a se tornar mais prescindível, e o usuário tenha acesso cada vez mais próximo a espaços públicos onde a vida, o encontro, as atividades lúdicas e culturais possam ter lugar, sem que seja obrigado a vivenciar a urbe como fazemos hoje, por falta absoluta de alternativa.
Tem um arquiteto em Goiânia que apresentou uma solução como essa em seu blog há um tempo atrás. Haveria um estacionamento debaixo de cada praça e na mesma poderiam ter diversas lojas e conveniências, assim como espaço de lazer.
ResponderExcluirQue legal, sabes o nome dele? Teria vontade de ver. Abraços
ResponderExcluirProcurei no google e nos sites relacionados de blogs de arquitetura, mas não encontrei, no entanto quando encontrar postarei aqui.
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